A residência profissional na área da saúde é uma pós-graduação, do tipo especialização, para todos os profissionais da saúde, exceto os médicos (eles fazem a residência médica).
A residência é ofertada pelo Estado brasileiro, por meio do Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Educação. Ou seja, é uma especialização pública e você não precisa pagar para fazê-la.
Pelo contrário, todos os meses, você recebe uma bolsa de estudos.
Quem pode fazer a residência profissional
Por se tratar de uma pós-graduação, a residência pode ser feita por profissionais que já concluíram a sua graduação na área da saúde.
“Brunno, só posso fazer se eu for recém-formado?”
Depende! Quem determina esse requisito são os programas de residência.
Alguns não limitam o tempo de formação. Outros, dão pontos a mais para quem tem menos tempo de formação. Alguns, só permitem a inscrição de candidatos com determinado tempo de formado (ex.: 2 anos ou menos).
Além disso, é importante que você já tenha o registro no conselho profissional, como o CRBM no caso da biomedicina.
Tipos de residência profissional
Existem dois tipos de residência em área da saúde: a uniprofissional e a multiprofissional.
Na residência multiprofissional, a área de concentração deve ter no mínimo três profissões incluídas. Por exemplo: farmácia, enfermagem e biomedicina. Daí o nome multi.
Já na residência uniprofissional, a área de concentração abrange apenas uma única profissão da saúde.
Na biomedicina, por exemplo, temos a Residência em Biomedicina no Diagnóstico por Imagem do Hospital Sírio-Libanês. Ela é exclusiva para biomédicos, ou seja, uniprofissional.
Clique aqui para conferir quais residências têm vagas para biomedicina no Brasil.
Duração e carga horária da residência profissional
As residências possuem duração de dois anos (24 meses).
Durante esse tempo, é necessário completar 5.760 horas de carga horária. Isso dá, em média, 60 horas por semana. Isso mesmo! É muito tempo. Por isso o nome residência (você quase mora lá).
Essa carga horária é divida em parte teórica e parte prática. Como o objetivo da residência é oferecer um treinamento em serviço aos profissionais, a maior parte dela é prática.
São 80% (4.608 horas) de atividades voltadas para a prática em serviço e os 20% (1.152 horas) restantes contemplam atividades teóricas e teórico-práticas.
Na parte prática, o residente atua nos cenários do local onde faz a residência. Por exemplo, o biomédico residente pode trabalhar no laboratório do hospital, na secretaria de saúde ou em outros serviços de saúde. Tudo depende da área de concentração que ele está fazendo.
A parte teórica envolve aulas teóricas, seminários, estudos de casos clínicos etc.
Como entrar na residência profissional
A forma de ingresso nos programas de residência profissional em saúde é por meio de processo seletivo.
Todas as regras e requisitos são estabelecidos nos editais publicados que regem essa seleção.
Ela é dividida em etapas, que podem variar de um programa para outro.
A maioria dos programas faz suas seleções com duas etapas:
- Prova objetiva
- Análise de currículo
Alguns programas, incluem etapas adicionais como entrevista com o candidato e/ou prova escrita.
Prova objetiva
A prova, geralmente, é composta por questões de múltipla escolha de dois assuntos: saúde pública e conhecimentos específicos de cada profissão.
Ou seja, numa prova de residência para biomedicina vai cair saúde pública e conhecimentos de análises clínicas.
Para essas provas, criei um curso preparatório voltado para a parte específica de análises clínicas. Clique aqui para conhecer.
Se a área de concentração da residência for de saúde pública/coletiva, na prova, a parte de conhecimentos específicos será também de saúde pública. Ou seja, a prova inteira será do mesmo tema.
Os candidatos que alcançarem a nota mínima vão para a segunda etapa. Por isso, é importante garantir a maior nota possível na prova objetiva.
Análise de currículo
Nessa etapa, são analisadas as atividades acadêmicas desenvolvidas durante sua graduação.
Cada uma das atividades é pontuada, dependendo dos critérios estabelecidos no edital de cada programa.
São exemplos dessas atividades:
- Estágios
- Representação discente
- Projeto de extensão
- Iniciação científica
- Cursos e eventos
- Artigos/resumos publicados
- Monitoria
- Liga acadêmica
“Brunno, não tenho um bom currículo. Ainda tenho chances?”
Tem sim! A maioria dos programas dá um peso maior para a prova objetiva.
Então, para a nota final é calculada uma média ponderada. Sendo que, a prova pode ter peso 8, por exemplo, e o currículo ter peso 2.
Nesse caso, a sua nota da prova será multiplicada por 8. Enquanto que a nota do currículo será multiplicada somente por 2.
Então a dica que posso te dar é a seguinte: estude pra caramba para que sua nota da prova seja excelente e você consiga uma boa classificação.
Conclusão
Fazer residência não é obrigatório. Porém, é uma grande oportunidade de você adquirir muita experiência, principalmente prática, numa determinada área e dar o pontapé inicial para sua carreira.
Sem falar na bolsa, que é muito boa. Imagina só! Receber para estudar e se especializar.
Sem dúvidas, um residente fica muito mais preparado para o mercado do que alguém que fez outros tipos de especialização.
Se você gostou da residência, já comece a se preparar e planejar seus próximos passos para garantir sua vaga.
Se você tiver mais dúvidas, entre em contato comigo pelo Instagram @biomedicinapadrao
4 respostas
Bom dia , quais áreas da saúde pode está fazendo residência pra biomedicina, sou graduada em tecnologo em radiologia gostaria de saber se consigo fazer a residência ou tem alguma outra área específica..
Somente as 14 profissões relacionadas na Resolução do Conselho Nacional de Saúde 287/1998.
Ótima matéria, todos os assuntos abordados da área de biomedicina, esclareceu muitas dúvidas que venho tendo ao longo do curso. Muito obrigada!
Que bom que pude te ajudar